Parada LGBT+ de SP 2025 destaca o envelhecimento com orgulho: “Memória, resistência e futuro”

Edição deste ano homenageia as pessoas LGBT+ 60+ e propõe reflexão urgente sobre dignidade, visibilidade e acolhimento na velhice No dia 22 de junho de 2025, a Avenida Paulista mais uma vez se transformará no grande palco da diversidade, a 29ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo já tem tema definido: “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”, organizado pela ONG APOLGBT-SP, o evento deste ano joga luz sobre uma pauta ainda pouco debatida, mas extremamente necessária: o envelhecimento da população LGBT+ e os desafios que esse processo carrega. Quem abriu caminho merece dignidade Se hoje milhões de pessoas ocupam as ruas com orgulho, é porque muitas outras, ainda invisibilizadas, abriram caminho em tempos de repressão e violência, são essas trajetórias que a ParadaSP 2025 homenageia: corpos que resistiram, inspiraram e construíram a base da luta por direitos e visibilidade. “Celebrar o orgulho LGBT+ também é honrar quem abriu caminho antes de nós. Envelhecer é uma conquista, mas ainda é um desafio marcado pelo abandono, pelo silenciamento e pela ausência de políticas públicas”, afirma Nelson Matias Pereira, presidente da APOLGBT-SP. Uma realidade invisível Segundo estimativas do IBGE, em 2025 o Brasil terá mais de 31 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, ainda assim, a vivência de pessoas LGBT+ idosas segue sendo marcada por exclusão, negligência e invisibilidade social, falta acolhimento em casas de repouso, falta preparo em serviços públicos, faltam redes de apoio seguras, falta dignidade. A Parada deste ano é um chamado para que o envelhecimento da comunidade seja compreendido como parte fundamental da luta LGBT+, afinal, o futuro só se constrói com respeito ao passado e cuidado com quem ainda caminha ao nosso lado. Uma semana inteira de orgulho e ação Além da tradicional marcha no domingo, a APOLGBT-SP organiza uma série de eventos ao longo da semana: Essas atividades reforçam a missão da ONG de promover visibilidade, escuta ativa e políticas públicas efetivas para a população LGBT+. Tema construído em coletivo A escolha do tema surgiu por meio do fórum “Que Parada Nós Queremos?“, que contou com a participação de mais de 300 pessoas, entre ativistas, representantes de instituições e cidadãos interessados, o processo coletivo reflete o espírito da parada: plural, horizontal e atento às pautas urgentes da comunidade. A edição de 2025 também faz um apelo ao poder público: é preciso criar centros de convivência inclusivos, políticas de saúde específicas e residenciais que respeitem a diversidade, envelhecer com orgulho deve ser um direito, não um privilégio. Serviço 29ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo🗓 Data: 22 de junho de 2025 (domingo)🕙 Concentração: A partir das 10h📍 Local: Avenida Paulista – São Paulo, SP🎨 Tema: “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”🧭 Organização: APOLGBT-SP

A Parada do Orgulho LGBT+ é política, histórica e ainda essencial

Todos os anos, milhões de pessoas tomam a Avenida Paulista com cores, bandeiras, glitter, alegria e, principalmente, com uma mensagem: existimos, resistimos e temos orgulho de quem somos. Mas por trás das festas e dos trios elétricos da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, há uma história de luta que precisa ser lembrada e continuada. Uma marcha que nasceu da resistência A história do orgulho LGBT+ tem um marco inegável: a Revolta de Stonewall, em 28 de junho de 1969, em Nova York. Naquela noite, frequentadores do bar Stonewall Inn, cansados das constantes batidas policiais e da repressão, decidiram reagir. Entre os nomes que lideraram essa resistência estavam Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera, ativistas trans que transformaram dor em força coletiva. Marsha P. Johnson era uma mulher trans, negra e pobre, conhecida por sua ousadia, carisma e generosidade. Artista drag e ativista incansável, ela foi uma das figuras mais visíveis nos protestos de Stonewall e, ao longo da vida, lutou pelos direitos de pessoas trans, em especial daquelas marginalizadas. Fundadora, ao lado de Sylvia, do grupo STAR (Street Transvestite Action Revolutionaries), dedicou-se a acolher jovens trans em situação de rua e a desafiar a transfobia estrutural — inclusive dentro do próprio movimento gay da época. O levante de Stonewall deu origem, no ano seguinte, à primeira marcha do orgulho LGBT+ da história — e plantou as sementes de um movimento global que ecoa até hoje. No Brasil, a primeira Parada do Orgulho LGBT+ aconteceu em 1997, reunindo cerca de 2 mil pessoas na Avenida Paulista. Desde então, o evento cresceu exponencialmente, tornando-se a maior parada do orgulho do mundo, com milhões de participantes. Mas mais do que tamanho, a importância da parada está no que ela representa: visibilidade, luta por direitos, memória e futuro. Muito além da festa: os temas da Parada de SP Cada edição da Parada traz um tema diferente, sempre conectado com as urgências da comunidade LGBTQIA+ no Brasil. Relembre alguns deles: Orgulho é resistência A Parada do Orgulho LGBT+ é, sim, um espaço de celebração e isso é político. Em um país onde pessoas LGBTQIA+ ainda enfrentam violência, exclusão e falta de direitos básicos, ocupar as ruas com alegria é uma forma poderosa de dizer que não aceitaremos voltar atrás, é uma chance de lembrar que existimos, amamos, lutamos e temos orgulho. Mais do que nunca, em tempos de ameaças conservadoras e discursos de ódio, a Parada segue essencial. Porque enquanto houver preconceito, haverá luta. E enquanto houver luta, haverá orgulho.

Querido Ex de Juan Jullian – Uma Jornada de Emoções e Identidade

“Querido Ex, que acabou com a minha saúde mental, ficou milionário e virou uma subcelebridade” de Juan Jullian, é um livro que não só toca o coração, mas também coloca em foco temas essenciais para o público jovem, especialmente a comunidade LGBTQIA+. Misturando drama, reflexão e referências da cultura pop, o autor constrói uma narrativa cativante, onde o protagonista se comunica com o ex-namorado por meio de cartas, explorando o impacto de um relacionamento que mudou sua vida. Enredo e a Voz do Protagonista A história é simples, mas poderosa: um jovem negro, gay, tenta lidar com o término de seu relacionamento, mas o que torna tudo mais complicado é o fato de seu ex-parceiro ter se tornado uma celebridade. Essa dinâmica coloca uma pressão extra nas emoções e frustrações do protagonista, que luta para seguir em frente enquanto vê seu ex sendo admirado por todos. A narrativa em formato epistolar – cartas que ele escreve ao ex – traz uma visão profundamente íntima de sua dor, raiva e, eventualmente, aceitação. Temas Centrais e Representatividade Querido Ex vai muito além de uma simples história de rompimento. Jullian aborda questões como o racismo, a homofobia e a pressão social sobre jovens negros e LGBTQIA+. O autor consegue capturar a experiência de navegar por essas camadas de opressão com muita sensibilidade, sem perder a autenticidade. Além disso, o livro utiliza de maneira inteligente as referências da cultura pop para criar um vínculo direto com o público nerd e geek, tornando o texto acessível e atual. Termos populares e figuras da mídia ajudam a situar o leitor, enquanto a história abre diálogos profundos sobre identidade e aceitação. Escrita e Estilo: Humor Ácido e Emoções Brutais A linguagem de Jullian é afiada, com uma mistura de humor sarcástico e vulnerabilidade crua. O protagonista se abre para o leitor com uma honestidade brutal, expressando suas mágoas e inseguranças sem rodeios. Essa combinação de leveza e intensidade emocional é um dos grandes trunfos do livro, fazendo com que a leitura seja envolvente e rápida. Se você gosta de obras que conseguem misturar drama pessoal com momentos de autodepreciação bem-humorada, Querido Ex é uma pedida certeira. Por Que Você Precisa Ler Querido Ex? Se você curte histórias que vão direto ao ponto e que conversam sobre questões atuais de identidade, relacionamentos e superação, Querido Ex vai te conquistar. O livro se destaca pela sua sinceridade e pela forma com que trata temas relevantes para a comunidade nerd e LGBTQIA+, sem cair no clichê ou no melodrama excessivo. Juan Jullian entrega uma história comovente e representativa, essencial para o público que busca mais diversidade e profundidade emocional nas narrativas. Em 2024, Querido Ex é um dos livros que mais ressoam com a juventude contemporânea, e sua mistura de cartas íntimas com críticas sociais o torna leitura obrigatória para quem quer entender mais sobre a complexidade dos relacionamentos e da identidade em tempos modernos.