Desde que a Marvel lançou o primeiro Homem de Ferro em 2008, o conceito de universo cinematográfico ganhou uma força inacreditável. De lá pra cá, super-heróis passaram a dominar não só as bilheterias, mas também a cultura pop em geral. Mas, mais de 15 anos e muitos filmes depois, surge a pergunta: será que o público ainda está tão empolgado com esses universos?
A Era de Ouro e o Cansaço
A “Era de Ouro” do cinema de heróis trouxe histórias conectadas, personagens que cresceram ao longo dos anos e a expectativa de uma grande batalha final. O ápice veio com Vingadores: Ultimato, que encerrou uma fase épica no Universo Cinematográfico Marvel (MCU). Contudo, depois desse ponto, muitos fãs começaram a sentir que a fórmula estava se desgastando.
Da mesma forma, a DC tentou criar o seu próprio universo, mas com altos e baixos, e várias tentativas de recomeçar do zero, nem sempre conseguiu empolgar como a Marvel. Com tantos reboots e mudanças de direção, a franquia acabou perdendo a identidade — mas será que agora, sob o comando de James Gunn, vem uma reviravolta?
Fator “Fórmula” e os Novos Tempos
Parte do desgaste das franquias de heróis vem da “fórmula” que se consolidou: vilões apocalípticos, batalhas grandiosas e piadinhas em momentos tensos. Embora tenha funcionado por muito tempo, a saturação do estilo tem alienado alguns fãs, que buscam histórias menos previsíveis.
Além disso, o público também está mais exigente. Temas como representatividade e profundidade psicológica dos personagens se tornaram mais importantes. Em vez de apenas explosões e combates épicos, o público quer narrativas com algo a mais — e o sucesso de filmes como Coringa e The Batman mostra que há espaço para abordagens mais sombrias e adultas.
Marvel e DC: Novos Rumos ou Mais do Mesmo?
A Marvel vem experimentando novas histórias e personagens, mas o resultado nem sempre agrada. Filmes como Doutor Estranho no Multiverso da Loucura e Thor: Amor e Trovão dividiram o público, que, por um lado, quer inovação, mas por outro, se sente distante da essência dos heróis. O MCU agora se apoia no conceito de multiverso, mas será que essa ideia tem fôlego para segurar mais uma década de filmes?
A DC, por sua vez, aposta no reboot completo com James Gunn, famoso por Guardiões da Galáxia. Com planos para um novo Superman e a criação de um universo coeso, o estúdio tenta se firmar. Mas a recepção a essa nova era da DC dependerá de uma mistura de nostalgia e inovação. Se der certo, pode ser um exemplo de como as franquias de heróis podem se reinventar.
O Que o Futuro Reserva?
A verdade é que o público não quer ver as mesmas histórias contadas de formas diferentes. Com o avanço de franquias de outros gêneros e o boom das séries de fantasia (como The Witcher e House of the Dragon), as franquias de heróis podem precisar de uma pausa, ou pelo menos de uma abordagem que realmente surpreenda.
Para os estúdios, a resposta pode estar em explorar gêneros variados e personagens secundários. O público não quer mais só histórias de salvação mundial — eles querem dramas pessoais, conflitos reais e narrativas que os conectem com os personagens em um nível mais profundo. E quem sabe o futuro da Marvel e da DC não passe por filmes menores, mas mais impactantes?